VAGA – LUME *
Josélia Costandrade
Cavaliere – Ordine Al Merito Della Republica Italiana
Vaga – lume vagando em noite opaca.
Vago, a solidão rompendo,
sob vergéis tão leves, acendendo
sutis lanternas, verdes ou de laca.
Leves, tremeluzindo pelo espaço
fagulhas de emoção, faróis brilhantes,
sintetizando sonhos delirantes,
leves clarões na fluidez do traço.
Lantejoulas da noite, lumes vagos,
vaga – lumes vagando como afagos,
na brisa, sobre o rio, carinhosa…
Vaga – lume, vago sonho, vaga vida,
tilintando a luzerna tão brunida,
na esperança de sorte mais ditosa.
*In Romanceiro do rio Parnaíba – Josélia Costandrade (Brasília, 2003)