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As Dunas
Tu, hora, revoas nas dunas.(Paul Celan)
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Avançam,
sorrateiras,
tangidas pela mão simétrica
do vento.
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A luz da manhã sobre elas
escorre
como ondas na maré
cheia.
Verdevivos,
os arbustos se agarram
em desespero
à alva memória da areia.
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Ali,
as dunas espreitam a cidade
— o bote de areia armado —
à espera do tempo.
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Tácitas,
levam nas costas,
esvoaçante,
o presente;
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Por Adriano Espinola
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