EM UM MOMENTO QUALQUER
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Do outro lado da vidraça o vento sopra e embalança as águas que escorrem do alto. A tempestade se anuncia pelos relâmpagos a cortar os céus.
Nas quatro paredes do meu escritório, onde me encontro, ressoa o instrumental de Richard Clayderman “My Way” que se perde nas profundezas do meu ser.
Em frente ao computador tento escrever estas linhas e recordo-me de momentos não muito distantes em que esse som maravilhoso atravessava o espaço e chegava àquela rua larga onde um anjo tão belo podia ouvi-lo e retorná-lo.
No meu coração ecoa o grito de saudade daquela criação divina, o arcanjo que renegou um Deus Maior para cair nas graças de um deus pagão.
Não posso ignorar os momentos em que me fiz mãe-terra para que aquele anjo nos meus ombros se recompusesse das lágrimas derramadas. Recolhia essas gotas salgadas e aguava uma bonita violeta de cujo alimento tanto se fartou que se transformou de lilás para a flor roxa do maracujá. Não nego que desviei algumas gotinhas para alimento próprio, erva daninha que sou.
O meu anjo não é um anjo qualquer. Não é como os anjos de outros poetas. É um anjo que derrama pela vida o amargar de ser humano. Um anjo que veio ao mundo terrestre e esqueceu que era celeste. Hoje, é terra, veio a terra, passa pela terra, semeia a terra.
Cuidado, meu anjo, o humano é um pouco demônio e você não é qual o seu irmão Lúcifer que ao abnegar Deus se viu na fornalha de outro espaço. Você é o preferido de Deus, que o enviou para chegar à alta hierarquia do nosso país e levar ao povo amigo o bom convívio humano.
Deus permitiu que você o esquecesse, para cumprir a própria missão, sem a ajuda dele.
Você não só semeia a terra, nem sabe se vai colher as sementes da terra-mulher, mas vai cumprir a sua missão na terra.
“… em cada momento da existência, todos os homens estão cercados pelas consequências dos seus pecados e dos de seus irmãos.”
Neste momento online, o tempo faz a sua passagem fugaz e as amizades vêm e vão efêmeras!
“A psique humana é o ponto de encontro de Deus com o homem”.
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Por Rita de Cássia Amorim Andrade
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1 Comentário para “EM UM MOMENTO QUALQUER – por Rita de Cássia Amorim Andrade (Crônicas)”
Titia o site ta maravilhoso!Seus poemas como sempre belissimos!Beijos.