LOZINHA BEZERRA – Uma Saudade
Por Rita de Cássia Amorim Andrade
03 de maio de 2008. Poderia ser um dia qualquer, mas não foi. A caravana de
Parnaíba encheu o auditório da Academia Piauiense de Letras. Era um sábado.
Foram muitos discursos. Naquele momento, registrava-se o aniversário natalício
do presidente da Academia de Ciências e Letras do Piauí. Findo o evento, fomos
almoçar no Jockei Clube do Piauí. Anteriormente, Herculano Moraes me sugeria
que ofertasse aos visitantes da cidade vizinha alguns exemplares dos meus livros.
Indago da conhecida escritora Dilma Brito, a quem eu deveria oferecer os meus
livros? Ela se aproxima de um poeta e lhe pede que cumpra essa missão.
Cordialmente, ele me apresenta a LOZINHA BEZERRA. Apresentações feitas,
trocamos exemplares, eu recebo dela “Pegadas de uma fera – Vol. I” e lhe oferto
“Clarissa – Um Obscuro Amor”. Naquele instante, selava uma amizade que tempos
depois se transformaria em lembrança. Muitos rostos daquela caravana não
mais foram vistos, outros se afastariam. Mas Lozinha permaneceu. Os
reencontros, na cidade de Parnaíba foram tão constantes quanto as minhas idas
àquela cidade. Tinha-lhe grande respeito pelos seus trabalhos sociais e literatos.
LOZINHA era uma mulher vaidosa. Os anos avançados não lhe tiravam o brilho e
o charme. Quando a vi pela última vez, ela estava pálida e com voz fraca, mesmo
assim, recebeu-me em sua residência, na sala de visitas, sentada em uma rede.
Trocamos ideias. Ela me ofereceu outros livros de sua autoria. Aconselhou-me a
nunca alterar textos escritos, vindos do coração, e que os publicasse sempre. Por
motivos alheios à minha vontade, nem sempre me foi permitido ser fiel a alguns
textos, envolvendo terceiros. Ela há de compreender. Pouco tempo depois lhe
escrevia uma carta, agradecendo os livros e os conselhos. Não mais a vi. Acredito
que a sua presença etérea paira pela Parnaíba e pela mente dos amigos. Foi um
prazer conhecê-la, LOZINHA!
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Emocionante!