A TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD – por Rita de Cássia Amorim Andrade (Ritissima-Textos)

Postado por Rita de Cássia ligado mai 6, 2014 em Ritissima-Textos | 1 Comentário

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SIGMUND FREUD
(1856-1939)
(Reprodução do JORNAL DO SÉCULO – Jornal do Brasil/1939


Criador da psicanálise, Sigmund Freud nasceu em Freiberg, na Áustria. Em 1860, mudou-se para Viena, onde passou a maior parte da vida. Quatro anos depois, ingressou na Universidade de Viena para estudar medicina, mas sofreu restrições por ser judeu. Entre 1876 e 1882, concentrou-se em pesquisas sobre a histologia do sistema nervoso e já demonstrava interesse pelo estudo das enfermidades mentais.
A partir de 1182, dedicou-se à clínica psiquiátrica e, sentindo falta de estrutura em Viena, viajou a Paris para assistir aos cursos de Jean-Martin charcot. O encontro foi fundamental para o desenvolvimento de sua obra, já que foi Charcot quem chamou a atenção de Freud para as relações entre a histeria e a sexualidade.


Entre 1862 e 1896, ao lado de Joseh Breuer, que havia descoberto as relações entre a histeria e os traumas de infância, Freud ampliou seus estudos e publicou com o amigo dois trabalhos, dos quais se destacaram Estudos sobre a Histeria, de 1895. Pouco depois, rompeu a amizade com Breuer e passou a estudar os fenômenos de resistência e transferência, que formaram o centro da técnica da psicanálise.


Em 1897, passou a observar a natureza sexual dos traumas infantis e formulou o Complexo de Édipo. Três anos depois, publicou sua primeira obra, A Interpretação dos Sonhos, considerada por Freud seu principal trabalho. Depois de um período de isolamento, fundou, em 1908, a Sociedade Psicanalítica de Viena, onde conheceu Eugen Bleuler e Carl Gustav Jung.


Entre 1911 e 1913, Jung e outros psicanalistas da escola de Zurique separaram-se de Freud. No mesmo ano, Freud publicou a obra Totem e Tabu e, em 1930, O Mal-Estar da Civilização. Com a ascensão do nazismo, ele se mudou para Londres, onde morreu aos 83 anos.

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A TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD



Por Rita de Cássia Amorim Andrade


The, 20/09/1990.

 


Teoria da personalidade
I – Freud trabalha sempre com condicionamentos, em que aborda os estágios da personalidade e suas consequências – que, se mal digeridos, os efeitos serão desastrosos.


II – Estão inseridos no conteúdo do ID, necessidades, desejos e instintos de vida e morte.


III – a ideologia freudiana está situada no conceito estrutural: id, ego e superego, de onde derivam todos os comportamentos humanos. Minha opção se baseia na afirmativa de Freud, de que: “a parte mais antiga (id) do aparelho mental permanece, por toda a vida, a mais importante”.


IV – Comentário resumido:


a) Estrutura da personalidade, segundo Freud:


Freud é sistemático ao dividir a personalidade. Ao compor os três estados, id, ego e superego, lhes dá condições próprias, porém interligadas entre si.
O id é a origem de tudo. Como núcleo, é composto de energias, alimentadas dos condicionamentos corporais, e ao sugar estas energias, como também as excitações externas, sobrecarrega-se e reage, reduzindo essa tensão, à qual denomina princípio do prazer.
Duas ações se processam: reflexa e primária. As ações reflexas são involuntárias e inerentes ao próprio id, reduzindo a tensão imediatamente.
No processo primário há uma reação psicológica, uma experiência chamada satisfação de desejo, onde é formada uma imagem da coisa desejada. O próprio sonho já é uma tentativa de satisfazer os desejos. Esse processo não satisfaz plenamente, necessitamos então de um segundo processo chamado ego.
O ego está em contato com o mundo externo, na realidade. Através do processo secundário realiza suas necessidades e tem controle sobre suas ações, é ligado ao id, onde exerce a função de intermediário entre o instinto e o meio ambiente.
O superego poderia ser comparado a um filtro, donde os valores e tradições sociais são sua razão de ser. Freud ainda subdivide o superego em consciências e ego-ideal. A consciência condena e o ego-ideal absolve.
E conclui definindo o id como um processo biológico da personalidade, o ego como psicológico e o superego como social.


b) Dinâmica da personalidade:


Freud vê no ser humano um arcabouço energético se transformando em pensamento, memória, respiração, exercício muscular, percepção, etc. E essa energia-corpo contatada à personalidade é o instinto localizado no id. O instinto em nível psicológico é chamado desejo, e sua ação corpórea – necessidade, agindo ainda de forma distinta, sobre o comportamento. De acordo com a predisposição, os estímulos responderão melhor, sendo os instintos inatos mais marcantes que os apelos externos.
Freud também dividiu os instintos em dois grupos: de vida e de morte. Os de vida servem para perpetuar a espécie – sexo, fome e sede e é chamado libido. Os instintos de morte são destrutivos, retornando ao princípio que, segundo sua teoria, surgiu com a ação de forças cósmicas sobre a matéria inorgânica.
Dentro deste contexto, Freud analisa a dinâmica da personalidade como confronto entre impulsos e repressões.


c) Evolução da personalidade (estágios):


Freud divide o desenvolvimento em estágios, especificamente, nos cinco primeiros anos de vida: estágio oral, anal e fálico, ficando latentes durante certo período, ressurgindo na adolescência e chegam à maturidade com o estágio genital.
Freud liga o estágio oral, em que o prazer se situa, e não havendo ruptura, a uma personalidade dependente e insegura.
Do estágio anal, dependendo do comportamento da criança, poderá surgir uma personalidade desequilibrada com impulsos de crueldade, explosão. Um equilíbrio nesse período equivalerá a uma criatividade e produtividade maior.
O estágio fálico é quando aparece o complexo de Édipo. Ou seja, a identificação de filhos para com os pais.
Foi uma situação bem explorada por Freud. Nessa fase é abordado o homossexualismo.
O estágio genital na adolescência sai do individual para o social, onde os estágios anteriores se compilam. A principal função dessa fase é a reprodução. Em termos psicológicos produz, em parte, firmeza e segurança.
Apesar dessa divisão, Freud não via estanques em cada fase. Seria mais, um desdobramento.


Bibliografia: HALL e LINDZEY. Teorias da Personalidade. Cap. II A teoria psicanalítica de Freud.

1 Comentário para “A TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD – por Rita de Cássia Amorim Andrade (Ritissima-Textos)”

  1. Pedro Pio disse em:

    Adorei o resumo, pois pontua questões-chave para o entendimento geral da teoria freudiana. Parabéns!

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