AS DUNAS
Por Adriano Espínola
Avançam,
sorrateiras,
tangidas pela mão simétrica
do vento.
A luz da manhã sobre elas
escorre
como ondas na maré
cheia.
Verdevivos,
os arbustos se agarram
em desespero
à alva memória da areia.
Ali,
as dunas espreitam a cidade
— o bote de areia armado —
à espera do tempo.
Tácitas,
levam nas costas,
esvoaçante,
o presente;
nos peitos, o passado
semovente.
1 Comentário para ““AS DUNAS” – por Adriano Espínola (categoria: Outros Autores)”
Poema delicioso. Quase podemos sentir o movimento sinuoso das areias.