CBL – Opinião
Livros em todos os sentidos
quinta-feira, 23 de Abril de 2015
O Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais,
comemorado nesta quinta-feira (23) e instituído há 19
anos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura), celebra escritores
antológicos. Nessa data, em 1616, faleceram Miguel de
Cervantes e Shakespeare e, em anos distintos, nasceram
Maurice Druon, autor de “O Menino do Dedo Verde”, e
Vladimir Nabokov, conhecido pelo best-seller “Lolita”.
Em paralelo à vida e obra desses famosos escritores,
outra ideia que foi inspiradora para se instituir a
comemoração veio da tradição catalã, na Espanha, de,
também nesse dia, oferecer uma rosa a quem compra um
livro.
Trata-se, portanto, de uma ocasião muito oportuna para
enfatizarmos nossa meta de ampliar o índice de leitura
no Brasil, de 1,3 livro por ano na população de adultos e
3,3, entre os jovens. A média é muito baixa para uma
nação que busca o desenvolvimento.
É verdade que, nos últimos anos, observa-se mobilização
no tocante às políticas de leitura. No entanto, é preciso ir
além, disseminando o livro em todos os sentidos: em
casa, na escola, nas praças públicas, como subsídio às
carreiras profissionais, no lazer, na cultura e em todas as
faixas de renda.
Para isso, é importante que o governo prossiga com seus
projetos de políticas públicas e o setor editorial
empenhe-se cada vez mais, numa ampla mobilização de
editoras, livrarias, distribuidores, creditistas, escritores,
capistas, produtores gráficos e todos os profissionais
que atuam na produção do livro, bem como
bibliotecários, escolas e universidades.
Ou seja, toda a cadeia produtiva do livro engajada e
trabalhando em sinergia. Em tempos de mobilização por
direitos e opiniões, nada mais sadio e próspero do que
promovermos uma grande iniciativa pela leitura. Afinal, é
somente através dela que atingiremos o nível de
educação que almejamos.
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) também está
propondo a realização de um programa, em âmbito
nacional, de leitura nos parques, incluindo a criação de
bibliotecas volantes. O projeto teria a participação do
mercado editorial e suas entidades de classe, ao lado de
organismos estatais.
A ideia é a de que o livro aproxime-se da população. Com
o mesmo propósito, a CBL aprimorará a Bienal
Internacional doLivro de São Paulo e seguirá apoiando
eventos similares em todo o Brasil. As feiras também
aproximam o público das obras e seus autores,
estimulando a formação de leitores.
Para incentivar ainda mais o público jovem, criaremos o
Concurso Nacional de Contos, envolvendo escolas de
todo o Brasil. Motivados a escrever, nossos estudantes
tendem a despertar maior interesse pela literatura.
É necessário empreender todos os esforços – poder
público e iniciativa privada – para que, juntos, em futuro
próximo, comemoremos o Dia Mundial do Livro e dos
Direitos Autorais como uma grande nação de leitores.
LUÍS ANTONIO TORELLI é presidente da Câmara
Brasileira do Livro – CBL