E O MAIS ERA SAUDADE
Por Rita de Cássia Amorim Andrade
E subias o morro de crosta branca,
E o teu pisar deixava pegadas no gelo,
E do alto alvorejavas com tua bata branca,
E eras ora opulento, e eras ora desvelo.
E eu alcançava os degraus de mármore,
E a oblação iniciava com os padres de branco,
E espalhados pelo chão, féretros de mármore,
E eu não mais te via de capa branca.
E eu descia e te procurava pelo vale,
E o vento gelado dilacerava a minha face,
E o sangue afluía e circulava em desalinho.
E os teus passos se apressavam pelo vale,
E o teu olhar gelado se alongava na tua face,
E as tuas pegadas se marcavam no caminho.