ANJO BOM/ANJO MAU
Por Francisco Miguel de Moura
Tudo o que te veste
me devasta.
E assim me anima.
O branco sobre preto
o róseo, o verde, o encarnado.
A pele de tão fina, afina
e anseia desvestir-se
meio a meio,
– o vento já se inclina.
Anjo, meu, ao contrário
que subiu do inferno
para trazer-me o céu
pecado…
No teu passeio lindo
sobre a terra
de ponte pênsil
duro de medo
eu paro.