POESIA CÓSMICA
Por Elmar Carvalho
Duas lágrimas
de pedra nos olhos de vidro
e uma tristeza infinita na
alma de cristal.
O pensamento
voando além do infinito
e o corpo inerte
querendo voar.
As amarguras contidas
no soluço recalcado,
que morre antes de
ser gerado.
A insatisfação
dos atos inúteis
em cada palavra
dita em vão.
A vontade imensa
de alcançar a
realização total
de não ter desejos.
E a vida prática
e a matemática
e a rima que surgiu
por mero acaso.
A matemática
me enlouquece:
por isto meu pensamento
salta de mais infinito
a menos infinito
e explora as amplidões
do universo, enquanto
meus olhos vidrados
fitam a álgebra
sem vê-la.
E a minha abstração
me leva ao infinito
que meu corpo
me nega.