22 de agosto > DIA DO FOLCLORE
A LENDA DA LAGOA DO PORTINHO
Por Rita de Cássia Amorim Andrade
Em terras litorâneas do Piauí, a jovem Macyrajara erguia a sua flecha em direção ao infinito, quando pressente um vulto entre as folhagens. Queda-se diante tremendos olhos de fogo à espreita, e cujo adorno denota guerreiro inimigo. Pasmada, deixa a longa haste fincar-se ao solo. Ubitã a possui. Nasce dali uma grande paixão. Porém, Botocó, chefe da tribo Tremembé, pai da jovem, proíbe-lhe encontrar-se com o inimigo. Ubitã, desesperado, pede ajuda do deus Tupã. Tupã lhe avisa, em sonho, que o pai dela a mantinha prisioneira numa cabana, resguardada por sete guerreiros armados, e que jamais voltariam a se encontrar. Inconformado, Ubitã tenta resgatá-la, porém uma flecha cravada no peito lhe tira a vida. Macyrajara, enlouquecida, se perde na escuridão da noite. Três dias se passam até ela se ver frente a um riacho. Exausta, chora copiosamente. Tupã, com dó daquele amor, faz cair uma chuva torrencial, cujas águas se misturam às lágrimas da jovem e resvalam até o riacho, transformando-o numa lagoa, conhecida hoje como Lagoa do Portinho, a derramar as suas águas numa corrente avassaladora, que atravessa dunas e penetra no Igaraçu, rio que limita as cidades de Luís Correia e Parnaíba e desagua no oceano atlântico.
Today is FOLKLORE’S DAY
THE LEGEND OF PORT PORTINHO
By Rita de Cássia Amorim Andrade
In coastal lands of Piauí, the young Macyrajara raised his arrow towards infinity when senses a figure among the foliage. A drop-front tremendous lurking eyes of fire, and whose adornment denotes enemy warrior. Dumbfounded, leaves long stem is put down to the ground. Ubita owns. Thence a great passion born. But Botocó, chief of the tribe Tremembé, the girl’s father, forbids him to meet the enemy. Ubita, desperate, asks for God’s help Tupã. Tupã tells him in a dream, her father kept her prisoner in a hut, guarded by seven armed warriors, and never again to meet. Nonconformist, Ubita tries to rescue her, but a spiked arrow chest strap her life. Macyrajara, crazed, lost in the darkness of night. Three days pass until she see ahead to a creek. Exhausted, weeping copiously. Tupã, sorry for that love, blows a downpour, whose waters mingle with the young and tears slip down to the creek, turning it into a pond, today known as Port Portinho, to pour their water into an overwhelming current that crosses dunes and penetrates the Igaraçu, river bordering the cities of Luís Correia and Parnaíba and empties into the Atlantic Ocean.