O QUINZE – Raquel de Queiroz – por Sonia Nogueira (Outros Autores)

Postado por Rita de Cássia ligado jul 1, 2011 em Outros Autores | 4 Comentários

MÊS DE JULHO – daremos início a comentários sobre:

PERSONAGENS
FEMININAS DE FICÇÃO:

 

 

 

 

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TÍTULO: O QUINZE

PERSONAGEM: CONCEIÇÃO

AUTORA: Raquel de
Queiroz

Por SONIA NOGUEIRA

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O Quinze, obra da autora Cearense Rachel de Queiroz,
escrito em 1930 aos 19 anos. A autora descreve a seca de 1915 quando ainda era
menina, ela presenciou o drama no sertão nordestino propício as intempéries da
natureza. Mostra de maneira real a vida sofrida do homem que trabalha a terra,
cuida do gado. Assistiu a morte do gado, retirantes amargurados dispersos a
procura de trabalho, o chão seco, a chuva sumida, o desespero da alma angustia
dos que silenciam a sorte e do copo esquelético reclamando alimento.

Chico bento e
família personagens, que decidiu sair com os retirantes do nordeste fugir para
o norte extrair borracha a procura da sobrevivência. Com uns trocados para a
passagem de trem teve que comprar um jumento. Sem profissão, apenas as mãos
calejadas da corda firme nas mãos para mover o gado às pastagens. Missão diária
do vaqueiro destemido se afoitando mata adentro, a mulher Cordulina, mocinha e
os meninos, frágeis e famintos, cinco filhos, enfrentavam aventura obrigatória.

Na trajetória a fome de braços com a morte visitou o
estômago do filho de Chico Bento, Josias, o mais novo. Comeu macaxeira crua e
lentamente ás vistas da mãe desesperada, partiu para outra dimensão. Só ficou a
cruz e a lembrança, como marco. O corpo ficou na terra ingrata, porém o símbolo
da cruz mostra aos passantes a sina do ser humano. O alimento vital aos seres é
capaz de estimular e projetar-se de forma incontida, citada em vários romances.
A procura de melhores dias os retirantes enfrentavam situações desconfortáveis
de miséria tão quanto estivessem na terra natal. Mas a esperança da salvar a
pele e a prole dava forças psicológicas enfrentando situações aquém de suas
forças.

Quando o corpo enfraquece a alma se torna fragilizada
e as forças Divinas ficam ameaçadas indiferentes ao sofrimento alheio. A
proteção oculta na fé desaba qual temporal sem controle humano. Deus só ajuda
os ricos, comentou Chico Bento. A miséria enfraquece a fé, o dinheiro
deteriora.

Conceição ao passar as férias com a avó, a mãe
Inácia, na fazenda Logradouro em Quixadá encheu o coração de simpatia pelo
primo Vicente. Dois pólos diferentes, duas linhas paralelas que nunca se
encontram. Professora culta não firmava diálogo com o homem rude do campo.
Apesar da linguagem popular que os opostos se atraem. Versão desconcertante,
mas visto que a moça da cidade tinha idéias feministas e socialistas bem que se
engajaria no romance.

Ademais numa época longe do modernismo atual,
simpatias entre primos e moça da cidade com rapaz do campo sempre existiu. É
excitante, exótico e aventureiro o coração agradece.

O romance oculto no coração da protagonista Conceição
moça estudada, avançada para época, desmoronou antes de cruzar a esquina do
querer. Vicente homem rude, pai major, irmão doutor, vaqueiro dono da terra e
criador de gado sentia-se inferior diante da moça culta, fazendo do livro seu
escudo, afastava de Vicente a possibilidade de aproximação embora vontade e
olhares plantasse no coração a intenção e admiração.

O sonho criado pela mente em ter como companhia uma
moça das letras tornou-se distante, porém a vontade se enraíza e perdura até
onde as convicções se enfraquecem ficando no obscuro o sonho, ponto arquivado
na memória.

Aos 22 anos moça que não casa já era vista como
solteirona, numa época em que casar nova era a condição única de proteção,
marido e filhos essenciais, submissão, ponto culminante para o enlace
matrimonial.

E Vicente se contentava a muito custo e esforço com a
simples presença, um olhar de delicadeza e esperança longínqua de conquistar o
coração de Conceição. O sonho de conquistar uma mulher culta se apresentava
quase impossível. O antagonismo das idéias firmava-se nos extremos de dois
corações sem capacidade de se unirem onde o diálogo era faca cortante que se
impunha pelas letras e pela rudez das palavras.

Mas Conceição de mente avançada tinha convicção que
nasceu para ser solteirona, Para decepção da avó Inácia, que a criou, não
dobrava o coração da moça que apresentava firmeza de propósito própria das
mentes libertas, encaminhando mudanças enraizadas nas moças casadoiras.

Ao voltar à cidade com a família forjada pela seca,
Conceição engajou-se numa hospedaria onde se concentravam os retirantes. O
acontecimento mostra um personagem de atitude nobre e não media esforços para
ajudar os menos protegidos pela sorte.

Chico Bento estava ali, com a dor do filho que morreu
e de outro que fugiu na companhia de comboieiros de cachaça. Talvez fosse
melhor do que a companhia de um pai desventurado pelo destino. Comentou. A dor
enrijece o coração, foge o sorriso, alimenta a mente pela luta. Assim foi com
Chico bento. Desistiu do norte e foi em São Paulo de trem, a cidade dos
abrigados, dos esperançosos pela vida.

A generosidade de Conceição ajudou o compadre e ainda
cuidou do filho bastante doente que passou a morar com Conceição cercado de
zelo e cuidado restituindo-lhe a vida.
Ao saber por um retirante que Vicente estava de conversa com uma
caboclinha a indiferença apoderou-se do seu coração sem Vicente entender tal
atitude.

O cavalo tomou a direção do campo apenas um adeus
entre os dois registrou o final do romance. A chuva veio molhou a terra, mas o
estrago no coração dos retirantes não lavou o sofrimento do povo sofrido no
sertão nordestino. O romance tem linguagem simples, coloquial, próprio dos
personagens do drama e acessível a todos os leitores.
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Nota:

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4 Comentários para “O QUINZE – Raquel de Queiroz – por Sonia Nogueira (Outros Autores)”

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    O Quinze é uma obra profundamente amarga. O choque das vidas, os encontros e desencontros! É quase patético.

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