Piauí – 190 anos de fidelidade à Independência do Brasil – por Josélia Costandrade (categoria: Outros Autores)

Postado por Rita de Cássia ligado out 1, 2013 em Outros Autores | 0 Comentários

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Piauí – 190 anos de fidelidade à Independência do Brasil

Josélia Costandrade – ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte

 

No dia 24 de janeiro de 1823, o brigadeiro Manuel de Souza Martins, barão de Oeiras, Presidente da Província do Piauí declarou fidelidade à Independência do Brasil, ocorrida quatro meses antes. A reação de Portugal foi imediata, ao enviar tropas comandadas por Fidié, no sentido de submeter a rebeldia daquela Província. Piauienses de todas as classes sociais, poetas, senhores de terras, vaqueiros, estudantes uniram-se na Batalha do Jenipapo, onde centenas morreram, mas a vitória aconteceu na cidade da Parnaíba, no delta, junto ao mar.

 

Proclamando Dom Pedro a Independência,

jurou – lhe o Piauí fidelidade.

Portugal declarou-lhes resistência

tentando separar com falsidade

as Províncias leais ao novo Império:

Piauí, Maranhão, um golpe sério,

mais o Pará…E começou a luta.

com Fidié, guerreiro bem treinado,

desde a expansão da França, na disputa

que deixou Portugal abandonado.

 

 

De Parnaíba, Oeiras, no levante,

do povo, contra a causa portuguesa

levou Piracuruca, litigante,

junto a Campo Maior, para a defesa.

 

Souza Martins, o maior mandatário

da Província, partiu para a batalha:

o Piauí, não mais um tributário

de Portugal, após ação canalha.

E, de Oeiras, ao repicar dos sinos

partiram para a luta, ‘inda meninos.

Baniriam da terra os invasores.

Não sabiam os riscos de uma guerra,

que, nas trincheiras espalha horrores,

o forte sangue a irrigar a terra.

 

Mulheres destemidas, matriarcas

deram provas de apoio à dura luta:

as jóias e moedas, mesmo parcas,

para minimizar brutal labuta.

As generosas mães, noivas  filhas,

os olhos alongados pelas trilhas

que levavam as tropas mal armadas.

E ficavam, as fortes brasileiras

a rezar, compungidas, concentradas,

um Rosário de contas, desde Oeiras.

 

E foram moços bisonhos e vaqueiros,

poetas, visionários, no delírio

de ficar junto aos outros brasileiros,

sem pensar qual seria seu martírio.

 

Contra o poder da forte artilharia

dos portugueses, nossos combatentes,

armados de facões, foice, utopia,

duros golpes sofreram, inclementes.

 

Treze de março, em Jenipapo, as águas,

do altivo sangue pátrio se mancharam.

Sentindo a dor, ao constatar as mágoas

dos patriotas, centenas, que expiaram.

As bocas dos canhões, como fornalhas,

transformaram soldados em migalhas

informes, sobre a terra estiolada.

Patriotas, assim sacrificados,

nas páginas da História mais sagrada

são heróis, se mantêm eternizados.

 

Mesmo ganhando a guerra, os portugueses,

lesados por alguns sobreviventes,

com Fidié fugiram… E em três meses

a Portugal voltara, indigentes.

 

Pedro Primeiro, compreendendo o gesto

do Piauí, contra a força mesquinha,

do Paço Imperial deu manifesto:

“Das Províncias do Norte sois Rainha!”

 

 

 

 

 

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