BEATO FRA ANGÉLICO -PATRONO DOS ARTISTAS – por Josélia Costantande (categoria: Outros Autores)

Postado por Rita de Cássia ligado out 3, 2013 em Outros Autores | 0 Comentários

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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BEATO FRA ANGÉLICO – PATRONO DOS ARTISTAS

Josélia Costandrade – ABCA RJ – Associação Brasileira de Críticos de Arte

 

No dia 3 de outubro de 1989, o Papa João Paulo II beatificou Fra Angélico, tornando – o padroeiro dos artistas. A festa litúrgica do Beato Fra Angélico é celebrada anualmente em 17 de fevereiro.

Segundo a tradição, Fra Angélico pintava sempre de joelhos, tendo os Anjos como ajudantes. Tudo é possível, diante da prodigiosa obra do frade dominicano, nascido Guido di Pietro Trosini, no ano de 1395, em Vicino di Mugelo e falecido em de 1450, em Roma. Artista extraordinário e iluminado, Fra Angélico compreendeu os cânones da Arte gótica, no sentido de uma temática sacra, a qual impregnaria de um profundo valor humanístico a unir os preceitos religiosos aos valores do indivíduo comum, prestes a receber os ideais do Renascimento italiano. Isso é bastante perceptível nos tacados das cenas, onde o rigor da reospectiva pingendi (Perspectiva dos pintores) confere intenso tridimensionalismo aos planos onde as figuras movimentam – se dando a impressão ora de proximidade ou distanciamento.

A Divina proporção, que era adorada pelos artistas da Renascença era aliada das inconfundíveis pinturas de Fra Angélico, executadas, porém nas técnicas pictóricas medievais: a têmpera e o affresco. No affresco, adotado posteriormente por Michelangelo em suas pinturas parietais, Fra Angélico empregou as tintas de origem mineral com tanta sabedoria, que elas persistem até hoje. O affresco é uma técnica de pintura mural executada diretamente sobre o reboco de argamassa ainda fresca. As tintas, em verdade os pigmentos minerais soltos são misturados apenas à água e aplicados com velocidade à parede. Após setecentos anos, as cores e as formas permanecem intensas nos murais pintados pelo frade.

Nas pinturas a têmpera sobre madeira, a genialidade persistiu. A têmpera é um material perigoso, por agregar elementos vivos em sua composição: a caseína ou a gema de ovo. A caseína é retirada do soro do leite e, msturada aos pigmentos minerais propicia uma pintura brilhante. Mas necessita de fungicidas, para evitar a proliferação de fungos. O mesmo ocorre com a têmpera ovo, que necessita da adição de ingredientes tais como pó de cravo – da – índia para eliminar os fungos. Tal especiaria era caríssima naquela época.

Composições elegantes, dentro de linhas diagonais resultaram em sentido espacial e bastante movimento. São narrativas das vidas de santos, de milagres, datas festivas e simbólicas, muitas, com a presença de inumeráveis anjos. Em dípticos, trípticos, polípticos e pradelas, executados a têmpera sobre madeira, a grandiosidade é igual. Ainda não existiam nem a pintura a óleo nem as telas. A tinta a óleo foi redescoberta pelos irmãos van eyke e as telas, feitas de linho, pouco antes do Renascimento. Fra Angélico teria gostado muito de trabalhar com os dois materiais que propiciaram maior intercâmbio entre os artistas europeus. Sua expressão, humana e divina sobrepuja o tempo e o espaço, após tantos séculos.

 

 

 

 

 

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