POEMA
Por Benjamim Santos
Nem havia terminado o verão
quando pela primeira vez me visitaste.
Ouvi canto de cigarras
( assim pensei)
mas era minha alma aos gritos.
Foi de leve, quase em sussurro, que me falaste.
Acompanhei teu olhar pelas paredes cansadas,
pelos quadros, pelos livros.
Ah, te desejei!
mas mantive o desejo no coração secreto.
A tarde fechou-se em sombra, sem razão.
( Há tempos, eu te esperava)
Tão pouco te demoraste!
Saíste e sosseguei,
como quem descansa à beira de rio.
*
Fonte: Proparnaiba