DIA INTERNACIONAL DA MULHER > AS FONTES DAS MULHERES – por Lucilaine de Fátima (categoria: Outros Autores)

AS FONTES DAS MULHERES

05/03/2014 – Lucilaine de Fátima.

Para nossa data internacionalmente reconhecida: 08 de março.

Aliança de prata, é objeto. Aliança de outro ou de ouro, também é objeto. E no mês que nos homenageamos é preciso parar para pensar na mulher que fomos na infância, na mulher que quisemos ser na adolescência e na mulher que seremos na vida adulta. Não uso burca e nem faço greve de sexo. Queria me deleitar nas festanças dos deuses gregos e hoje prefiro o clube das luluzinhas.

A mulher não merece ser violentada nem mesmo por outra mulher. A mulher merece realizar suas fantasias sexuais. A mulher merece ser atingida pela flecha de Eros sem perder sua psique. Toda mulher merece fazer sexo seguro. Cara feia é fome ou falta de sexo. Deixe os pudores para o Oriente e desfrute de seu direito de prazer. Tenho tanto a falar de nós mulheres e quero apenas uma página para isso.

Hoje somos mais homens sim! É pensar no deus grego e queremos ser como eles. É deles que provém nossa fortaleza, porém cuidado! Apaixonar é maravilhoso e perigoso… São demais os perigos dessa vida para quem tem paixão. Conquistamos o direito da liberdade. Mulher menina, mulher adolescente e mulher adulta que me lê, não deixe de bebericar diariamente da fonte que lhe alimenta. Não abra mão de seus princípios, isso vale para os homens também. Os homens também merecem seu mês especial para se reconhecerem como endiabrados, sentimentalóides ou coitados. Não somos nós as únicas a sofrerem de síndrome de coitadinhas. Não somos nós as únicas que ficamos carentes nos nossos aniversários, que sentimos falta dos amigos. Não somos nós as únicas que em alguns momentos queremos vida de eremita. Não somos as únicas que apanhamos na vida. A violência corporal ou psíquica é humana, ela dói em qualquer um. Homem também sofre. Já fiz homens meninos chorarem como professora, como filha, como neta, como amada e como amante que sou da vida e dona do meu corpo. Ao falar de corpo não posso deixar de mencionar o aborto. Ser dona do corpo não significa ter o direito de se submeter a tamanha violência. Guerreiros são pessoas, são fracos, são frágeis. Sou contra o aborto por nós mulheres e pelo sofrimento que nos causa.

Não porque se trata de algo que a minha ou a sua religião não permite. Não entrarei no mérito do existencialismo. Não sei se feto tem alma. Sei que feto pulsa por se alimentar de nós. Se meu pulso pulsa, existe vida.

Que a mulher continue sim exigindo seus direitos intrínsecos. Hoje eles vão além da moral, mas sejamos éticas. Hoje ser mulher é ser combatente e ir à luta para ser o que desejar. Faça greve de sexo, vá às ruas, apenas não se deixe vulgarizar, não se deixe manipular. Ouça opiniões alheias, mas forme sua própria opinião. Vote consciente esse ano. Sou apartidária, mas confesso preferir uma mulher no comando para dirigir meu país. Quem recebe de nascença uma cabeça que pensa e um coração para amar pode ser feliz por toda a vida e ter tudo que desejar. É por isso que não sou doadora de órgãos. Não sei para onde vai meu coração.

No fundo, todos somos meninos dentro do peito. Eu escrevo porque sou mulher e não sou como qualquer uma. Às vezes somos duas ou mais, às vezes somos avós, às vezes somos estudantes meninas, médicas, advogadas, professoras… (Encerro com reticências porque senão alguns críticos chamariam minha escrita de taquipsiquica).