Parque Nacional das Nascentes do rio Parnaíba será ampliado-Josélia Costandrade (Outros Autores)

Postado por Rita de Cássia ligado nov 24, 2014 em Outros Autores | 0 Comentários

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Parque Nacional das Nascentes do rio Parnaíba terá área ampliada.
Josélia Costandrade* – ABCA RI – Associação Brasileira de Críticos de Arte

O Parque Nacional das Nascentes do rio Parnaíba terá sua área ampliada em 20 mil hectares, acrescidos aos atuais 729. 813 hectares. O projeto de Lei, da autoria do deputado Sarney Filho (PV MA) tem como relator o deputado Nelson Marquezelli (PTB SP) sendo aprovado por unanimidade, no último dia 14, pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
Criado no dia 16 de julho de 2012, o Parque Nacional das Nascentes do rio Parnaíba circunda a Serra das Mangabeiras (entre os Estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia), no ápice da qual estão situadas as minas d’água daquele que constitui a quarta maior bacia hidrográfica brasileira. A Lei que expande os limites de proteção do Parque tem como objetivo impedir o avanço dos agropecuaristas, que dela se apropriaram indevidamente, após criminosa campanha de “levar o progresso até a última fronteira agrícola”.
Diálogo harmonioso entre o cerrado, a caatinga e a floresta tropical, em meio aos buritizais, carnaubais e outras espécies de flora nativa, o berço do Parnaíba é um relicário sagrado, cativante cenário, de onde segue o corajoso caudal, separando e unindo o Piauí e o Maranhão, para formar o maior delta do mundo, em mar aberto. São setenta braços ao encontro do mar e depois empurram as suas águas até as Guianas, constituindo o corredor das Américas.
Como o segundo maior rio nordestino e quinto mais importante do Brasil, o Parnaíba possui a extensão de 1.485 quilômetros, dos quais, 1.100 são navegáveis – entre Santa Filomena e Luís Correia. Grande parte não permite a navegação, pela presença de inúmeras cachoeiras, o que, na linguagem dos índios tapuias permitiu a designação de “rio encachoeirado”. Na caminhada, o Parnaíba recebe 242 afluentes, sendo 99 da margem esquerda (Maranhão) e 143, da margem direita (Piauí), entre os quais, o Poty, com imensos canyons recobertos de inscrições rupestres ainda não decifradas, por seu posicionamento nas partes mais elevadas dos paredões.
Louvado como bênção divina pelos piauienses, constando do Brasão de Armas do Estado, o Parnaíba é doação perene de vida, beleza e trabalho, exemplificados no lago da Hidrelétrica de Boa Esperança, na cidade de Guadalupe (Piauí), fornecedora de energia para os dois Estados limítrofes. Os antigos nomes do rio, Pará, Parauaçu, rio grande, foram substituídos para Parnaíba, pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em homenagem ao rio de sua terra natal, Santana do Parnaíba. No século XVII, Nicolau de Resende, navegador português, sofreu um naufrágio na costa, então habitada pelos índios tremembés e descobriu uma das embocaduras do rio, que, segundo a tradição, já era conhecida pelos fenícios e por marinheiros do rei Salomão.


*Autora do livro Romanceiro do rio Parnaíba (FAC – Fundo de Apoio à Cultura, Brasília, 2003), Premio da Federação das Academias de Letras do Brasil. Tema do balé homônimo do IdA – Instituto de Artes da UnB – Universidade de Brasília (profa Soraia Silva).

 


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