OS OFÍCIOS DA GENTE
Por Marina Campelo
Vovó tinha uma almofada
Nela vivia a fazer renda
Um dia disse pra mim:
“É bom que você aprenda
Toda moça de família
Tem um ofício como prenda.
Homem nenhum vai casar
Se a moça não levar o dote
Já diziam os mais antigos
‘Pegue a rudia, mas leve o pote’
Cabra bom não se engana
Nele você não dá bote”.
Pequena ainda eu ouvia
A minha avó assim dizer
Mas o ofício das rendas
Eu nunca quis aprender
Tratei de arrumar outro
Peguei um livro e fui ler.
Esse ofício da leitura
Ah! Com esse me dei bem
Cada palavrinha eu amava
E elas me amavam também
Até hoje estamos juntos
Que seja pra sempre. Amém.
*
MARINA CAMPELO
Poetisa, contista, cronista, hai-kaista. Obras: Centro dos Gomes – Memórias da minha infância, Lendas de Teresina em versos, Pontos Turísticos de Teresina em versos, Antologia Transcultural de Poesia Feminina, Antologia Raspa do Mameleiro, Antologia Mulheres Fascinantes, Mundote Galvão e a lendária história da opala de 1 milhão, Chico Mendes- o defensor da natureza, Sertaneja (reunião poética), entre outras.
2 Comentários para “‘OS OFÍCIOS DA GENTE” – por Marina Campelo (categoria: Autores Piauienses)”
muito obrigada, amiga.
Uau! Quão doce metáforas…