CANTO XIII
Festas sacras e profanas; Folguedos
XII – O BUMBA-MEU-BOI
Por Josélia Costandrade
Do Bumba-meu-boi, a dança
é feita com personagens
de muita graça, na usança
dos rituais, na imagens
do Boi, a quem se dedica
a festa. A Jaguatirica,
a Catirina, o Vaqueiro,
a Ema, de perna fina,
num sentido galhofeiro,
é tradição genuína.
O Boi é paramentado
com lantejoulas e fitas.
E sempre tem a seu lado
as caboclas mais bonitas.
Remonta à Ilha de Creta, na memória
dos celtas. Foi levada a Portugal,
a tradição, perdida já na História
mantendo muito vivo um ideal.
O enredo, simples, modesto,
do “Boi morto e renascido”,
dançando, bonito, lesto,
depois de ser dividido
pela mulher do vaqueiro,
pela Burrinha e parceiro,
possui a essência da vida,
da poesia sertaneja:
na existência mais sofrida,
há luz para quem a almeja.
*
Obs.: Ilustração: óleo em tela – de Josélia Costandrade