ECOS DE TI
“Tu, vago habitador de estranhos lares
Que em vão buscaste o riso da Ventura
Por longas terras, por imensos mares”
(M. M. B. du Bocage)
Mil vozes eclodem da tua boca,
aos meus ouvidos outonais,
ecos primaverais
de palavras
afáveis.
Migra do teu sal ático a eloquência,
aos meus lábios cerrados,
rastos lexicais
de locuções
arcádicas.
Manténs o teu ferrão, às escondidas,
aos que te devotam a paixão,
clavas mortais
de seduções
fatais.
Mentes, no compasso do teu penar,
aos que se vão descrentes,
couraças armadas
de metais
florais.