A MOAGEM
( em homenagem ao engenho).
Por Ronaldo Mousinho
É a hora matutina
Os galos findam o cantar,
A lua meio tristonha
Até parou de brilhar,
Intimidada pelo sol
Que começou a desponta.
O mugido dolente
Dos bois no engenho
Desperta a manhã
Muito alegremente.
E assim se inicia
Um dia de moenda.
A garapa escorre verde
A fornalha se aquece.
Mas o dia é diferente,
E os cabras no engenho
Cantam alegremente:
Mete a cana Zé pretinho
No aperto da moenda,
Tira da cana a garapa
E dá pra morena a prenda…
A prensa está moendo,
A garapa está fervendo,
Tragam a morena boa
Pra beber com a gente
A saborosa aguardente.
Fervido o mel da garapa,
Tem outras aplicações,
Puxa-puxa ou alfenim,
Rapadura de montão,
E a saborosa batida
É outra deleitação.
(do livro Asas para o apogeu, de nossa autoria, 4 ed., 1ª reimpressão, 2006-DF).
1 Comentário para ““A MOAGEM” – por Ronaldo Mousinho (categoria: Autores Piauienses)”
Versos que me conduzem ao meu tempo de menina!