A PELE
POR FÁTIMA TRINCHÃO
ESTA PELE QUE ME COBRE,
ESTA PELE QUE ME ENVOLVE
O CORPO,
ESTA PELE QUE ME MARCA
E ME FAZ ÚNICO
EM MEIO A TANTOS,
ESTA PELE QUE ME DEFINE,
MANTO DE EXTREMA
LEVEZA,
COMO A NOITE
REPLETA D’ESTRELAS,
COBRE O MUNDO,
A TERRA INTEIRA,
PELE PRETA
PRETA PELE,
BELEZA QUE ME ACARICIA.
ESTA PELE QUE ME VESTE,
EM CLARO E SERENO RITO,
ESTA PELE QUE ME ENCOBRE,
MANTO DE EXTREMA GRANDEZA
ESTA PELE QUE ME MARCA,
QUE ME MARCA E ME COMOVE
ESTA PELE QUE ME ENCOBRE
COMO A NOITE A TERRA INTEIRA
EM CLARO E PROFUNDO RITO
MANTO DE EXTREMA GRANDEZA
É ESTA A PELE QUE HABITO.
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THE SKIN
THE SKIN THIS SKIN COVER ME ,
THIS SKIN THAT INVOLVE ME THE BODY,
THIS SKIN ME BRAND AND ONLY MAKES ME IN THE MIDST OF
MANY , THIS SKIN THAT DEFINE ME ,
MANTLE OF EXTREME LIGHTNESS ,
AS NIGHT FULL D’ STARS ,
COVER THE WORLD ,
THE WHOLE EARTH ,
BLACK SKIN BLACK SKIN,
BEAUTY ME CARESSING .
THIS SKIN ME VEST ,
IN CLEAR AND SERENE RITE ,
THIS SKIN ME COVERS ,
MANTLE OF EXTREME GREATNESS THIS SKIN ME BRAND ,
WHAT BRAND AND ME MOVES
THIS SKIN ME COVERS
AS THE NIGHT THE WHOLE EARTH
IN CLEAR AND DEEP RITE MANTLE OF EXTREME GREATNESS IS
THIS A SKIN I LIVE.
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Fonte: www.fatimagrinchao.net
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FÁTIMA TRINCHÃO teve seus trabalhos publicados em jornais, revistas, antologias além de um . Nos seus poemas e contos costuma enfocar temas de cunho social, histórico e psicológico. Seu primeiro poema trazido a público tem como título Contemplação de Uma Vida, publicado no caderno literário do jornal A Tarde, de ampla circulação local e nacional, após, outras publicações se seguiram em jornais de igual evidencia ao mesmo tempo em que, a autora estreava em antologias através da editora Contemp, no livro Hagorah, com os poemas Palhaço e Bailarina ,no ano de 1986, em 2005, com a publicação da antologia www.versoscontos.com.br, através das Editoras Òmnira e CEPA através dos poemas Maria, Corredores, Caminhada, Tradições, Cadeira de Balanço, A Deusa, Andorinhas, Brisa, seguindo seu objetivo de publicar anualmente em 2006, participa mais uma vez da antologia poética, intitulada Versos e Rimas, lançada pela editora Omnira, ; no mesmo ano a Revista CEPA – Círculo de Estudo, Pensamento e Ação da Editora CEPA, publicou poema intitulado Ecos do Passado. No ano de 2008 estreia na vertente literária de contos, publicando na Antologia Bahia de Todos em Contos, com o título O Mestre, Editora Omnira, Volume III; ainda nesse mesmo ano de 2008, em comemoração ao quadricentenário de fundação da Cidade de Salvador, publica vários poemas na antologia, Salvador,460 Anos de Poesia. Em 2010, a convite do escritor e editor Roberto Leal, escreve a apresentação do Livro Versatilavra , onde escreve e descreve o fazer poético quando diz que “ não há momento derradeiro na poesia, esta não acaba ao acabarmos de ler o último poema, ao contrário, ele permanece e vive no nosso cotidiano, recomeça com o dia, escorre por entre os dedos, invade sem pedir licença, os escaninhos d’alma, com primor, exalta-se nas suas rimas, sublima-se em suas métricas, dilata-se e expande-se, nos seus versos livres, eterniza-se nos seus poemas. A poesia existe, e o poema é, é e nos remete às incursões ao imo de cada um de nós, fazendo-nos pensar. “ Em dezembro de 2009, é lançado na capital paulista, em âmbito nacional e internacional o volume 32, dos Cadernos Negros, Contos, da Editora Quilombhoje, com o conto Salve as Folhas. No ano seguinte no dia 11 de agosto de 2010, lançou o livro Ecos do Passado, solo, com quarenta e quatro poemas, durante a Bienal de São Paulo, através da Editora Casa do Novo Autor; 2011, dezembro, Cadernos Negros 34, conto intitulado A bênção meu Pai. Em 2014, foi lançado os Cadernos Negros, volume 34, quando veio a lume os poemas Tumbeiro e Salve os Pretos Velhos; 2015, publicação desses mesmos poemas em Revista Literária espanhola. A respeito da literatura de Fátima Trinchão diz a professora doutora Ana Rita Santiago em artigo apresentado a Universidade do Amazonas, sob o título O tear de memórias na poética de escritoras negras baianas, durante o I Colóquio Nacional Poéticas do Imaginário, entre 12 e 14 de maio de 2009. “As memórias poéticas de Fátima Trinchão são constituídas pois de representações coletivas de papéis e não apenas de traços individuais, ou seja, em que eventos históricos também são relevantes no processos de (re)elaborações de memórias. Posto isso, podemos inferir que nelas encontramos, memórias literárias fragmentadas de um eu/nós, perpassadas de atributos sócio culturais, vivências, histórias e saberes. Sem essa prerrogativa, torna-se difícil entender essa poética provocante e ansiosa de si e do outro que também faz parte e constitui esse sujeito enunciador”.
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Fonte: Rede de Escritoras Brasileiras-REBRA