FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE nasceu a 15 de outubro de 1844 em Röcken, Prússia. Teve uma infância feliz. Ainda jovem, criou uma sociedade artística e literária, compôs melodias e versos. Estudou na mesma escola onde havia estudado o poeta Novalis (um dos meus poetas preferidos). Estudioso do grego, latim, alemão. Afastou-se do cristianismo. Por influência de seu professor Friedrich Ritschl, abandonou os estudos de teologia e dedicou-se à filologia. Lecionou durante dez anos na Universidade de Basiléia. Em 1871, publicou O Nascimento da Tragédia; 1882: Gaia Ciência; 1884:Assim falou Zaratustra; 1886: Para Além de Bem e Mal; 1888: O caso Wagner, Crepúsculo dos Ídolos, Nietzsche contra Wagner. Obra póstuma: O Anticristo e Vontade de Potência. Morre em 25 de agosto de 1900.
ASSIM FALOU ZARATUSTRA:
- Amo Aquele cuja alma é repleta, de modo que ele esquece de si próprio, e todas as coisas estão nele: assim todas as coisas se tornam seu sucumbir;
- Muito de pesado há para o espírito, para o espírito forte, que suporta carga, em que reside o respeito: pelo pesado e pelo pesadíssimo reclama sua força;
- Às livres alturas queres ir, de estrelas tem sede tua alma. Mas também teus maus impulsos têm sede de liberdade;
- Estado chama-se o mais frio de todos os monstros frios. Friamente também ele mente; e esta mentira rasteja de sua boca: “Eu, o Estado, sou o povo”;
- Que vosso espírito e vossa virtude sirvam ao sentido da terra, meus irmãos: que o valor de todas as coisas seja renovado por vós! Para isso deveis ser combatentes! Para isso deveis ser criadores!
- Ai vós humanos, na pedra dorme para mim uma imagem, a imagem de minhas imagens! Ai, que ela tem de dormir na mais dura, na mais feia das pedras!
- Assim, porém vos aconselho, meus amigos: desconfiai de todos em quem o impulso de castigar é poderoso!
- Não é o rio vosso perigo e o fim de vosso bem e mal, ó sábios dos sábios: mas aquela própria vontade, a vontade de potência —a inesgotável e geradora vontade de vida;
- Ó sentimentais hipócritas, ó mentirosos! Falta-vos a inocência do desejo, e agora caluniais por isso o desejar!
- E como suportaria eu ser homem se o homem não fosse também poeta e decifrador de enigmas e redentor do acaso!
- O que tu fazes, ninguém poderá fazer por ti. Vê, não há retribuição.
-Mas foi em teu encalço, ó Zaratustra, que mais longamente voei e corri, e se me escondia de ti, era eu, no entanto, tua melhor sombra: onde tu pousaste, pousei eu também.
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Por Rita de Cássia Amorim Andrade
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