Salão Nacional do Jornalista Escritor – Auspícios da UBE-SP (Artigos)

Postado por Rita de Cássia ligado set 6, 2012 em Artigos / Crônicas | 0 Comentários

Salão Nacional do Jornalista Escritor, sob os auspícios da UBE

Audálio Dantas é idealizador e curador do projeto, que será realizado em novembro, no Memorial da América Latina. Realização da Mega Brasil.

05.09.2012

(À esquerda, na foto, Eduardo Ribeiro, diretor da Mega Brasil Comunicação, com Audálio Dantas e o senador José Sarney)

O Memorial da América Latina reunirá em São Paulo, nos dias 23, 24 e 25 de novembro, alguns dos mais importantes nomes do Jornalismo e da Literatura brasileiros no II Salão Nacional do Jornalista Escritor, evento que será realizado sob os auspícios da UBE – União Brasileira de Escritores, com curadoria de Audálio Dantas e organização da Mega Brasil Comunicação. Entre os nomes que já confirmaram presença estão Antonio Torres, Carlos Moraes, Eliane Brum, Domingos Meirelles, Eric Nepomuceno, Fernando Moraes, Heródoto Barbeiro,José Nêumanne Pinto, Juca Kfouri, Maurício de Sousa, Mino Carta, Moacir Japiassu, Ricardo Kotscho, Ruy Castro, Ziraldo e Zuenir Ventura.

Audálio e Eduardo Ribeiro, diretor da Mega Brasil Comunicação, estiveram em Brasília em agosto, para audiências com a ministra da Secretaria da Comunicação da Presidência da República, Helena Chagas, e com o presidente do Senado, José Sarney, com o objetivo de apresentar em primeira mão o evento e convidá-los para a solenidade de abertura do Salão.

Atividades–  Os jornalistas escritores vão se revezar ao longo dos três dias em agradáveis bate-papos com o público presente, que terá acesso gratuito a cada uma das 14 sessões, mediante senhas que serão distribuídas uma hora antes do início de cada uma delas.

Joaquim Maria Botelho, entusiasmado com o projeto que contribuirá para projetar a instituição que ele preside, a UBE, ressalta que a literatura, no Brasil, é irmã da imprensa. “Antes da vinda das grandes editoras, ao longo de quase todo o século 19, eram os jornais que publicavam contos, crônicas e até romances. Joaquim Manuel de Macedo e Machado de Assis, por exemplo, publicavam romances em fascículos semanais (Machado, em 1873, chegou a publicar artigos em jornais de Nova York, por falta de editoras no Brasil que os publicassem)” – enfatiza. “Aliás – prossegue – folhetins não são exclusividades brasileiras, Eça de Queiroz, Zola e outros grandes da Europa, também publicavam textos em jornais. O Brasil, com seus 5% de alfabetizados, à época, formava leitores da seguinte maneira: uma das pessoas da casa, que sabia ler, reunia a família e lia em voz alta os textos de autores nacionais e estrangeiros”. Botelho diz que lamentavelmente, embora tanto mais se publique no Brasil atual, tanto menos os jornais dão atenção para a literatura – especialmente a brasileira. “O espaço, desde as décadas de 1950/1960 é mínimo, e quase sempre dedicado a autores canônicos e/ou estrangeiros. Quem foi o último escritor brasileiro lançado em jornais? Arrisco-me a dizer que foi Cora Coralina, por um artigo de Carlos Drummond de Andrade. A imprensa brasileira, em termos de literatura, está presa aos cânones e aos mandamentos do mercado. Como podemos reverter isso? – indaga, apostando ser o Salão um bom caminho para isso”.

Na condição de curador do Salão, Audálio ressalta que a iniciativa oferecerá uma excelente oportunidade para a ampliação do debate sobre Jornalismo e Literatura no Brasil. “Desde os anos 1960 – diz ele – quando surgiu nos Estados Unidos o movimento do New Journalism, o assunto é discutido, principalmente no âmbito da Universidade. Várias faculdades de Jornalismo no Brasil adotaram uma nova disciplina, o Jornalismo Literário, e textos acadêmicos sobre o tema, em grossos volumes, são encontrados nas livrarias”. Mas o que seria exatamente o Jornalismo Literário? – ele indaga, acrescentando que o debate que ocorrerá no Salão Nacional do Jornalista Escritor irá muito além disso, atraindo não só estudantes universitários como o público em geral. “Os autores convidados, nomes dos mais importantes do Jornalismo no Brasil, escrevem livros de grande sucesso em vários gêneros, que vão da grande reportagem à biografia, à história e o romance. Tudo isso reunido resultará em rica discussão” – finaliza.

O Salão terá ainda várias outras atrações para o público adulto e também infantil, como o Salãozinho, que reunirá os craques da literatura infanto-juvenil com crianças e jovens; o Café Literário, com sessões de autógrafos, bate-papos e música com jornalistas músicos; Exposição Iconográfica da História da UBE; livrarias; e uma dupla homenagem, celebrando os 120 anos de nascimento de Graciliano Ramos e os 80 anos de Alberto Dines.

As atividades vão ocorrer sempre entre 10h e 23h, inclusive no sábado e domingo. Os organizadores esperam a presença de cerca de 15 mil pessoas nos três dias de evento, superando a edição de 2007, quando 13 mil pessoas passaram pelo Auditório Simon Bolivar, o mesmo que abrigará a edição de novembro próximo.

Fonte: Reprodução UBE-SP

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