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NAS BRUMAS DE MIM
Dalva Agne Lynch
Acalanta-me
nas brumas de mim!
Faze nascer o dia das pequenas horas
a antemanhã das ondas que me afogam
o despertar do sol
dos vagalhões que me silenciam!
Ah, aproxima-te!
Preciso de mãos que não as minhas
para fazer poemas.
Aproxima-te com um soneto
uma redondilha
declama em voz alta ao pé de mim
na hora do silêncio maior.
Até que se me voltem as palavras
e se me voltem belas
e outra vez desperte o canto
ao nascer do sol!
Ah, Poeta
peço-te
acalanta-me
nas brumas de mim!
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Fonte: REBRA
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