O PAPA FRANCISCO – FREI HENRIQUE DE COIMBRA – por Josélia Costandrade (categoria: Outros Autores)

Postado por Rita de Cássia ligado jul 12, 2013 em Outros Autores | 0 Comentários

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Papa Francisco, frei Henrique de Coimbra, Victor Meireles e a Primeira Missa no Brasil

Josélia Costandrade – ABCA RJ – Associação Brasileira de Críticos de Arte

No dia 24 próximo, o Papa Francisco celebra Missa, no Santuário Nacional de Aparecida, iniciando a Jornada Mundial da Juventude, que será encerrada com a Missa do Pontífice, em Pedra de Guaratiba, Rio de Janeiro. Não é difícil fazermos ilação entre as duas cerimônias oficiadas pelo Papa e o quadro A Primeira Missa, de Victor Meireles. Pintado no ano de 1860, em Paris, custeado pelo Prêmio de Viagem à Europa, da Academia Imperial de Belas Artes – o grandioso quadro a óleo sobre tela possui as dimensões de 3.56m x 2.60m. Pertencente ao Acervo permanente do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, a tela narra a cena histórica do dia 26 de abril de 1500, em Porto Seguro, quando o frei Henrique de Coimbra foi oficiante do rito que, invocando as bênçãos divinas, cravou no território brasileiro a cruz (a mesma Cruz de Cristo das caravelas). Em sua carta ao rei Dom Manuel I, Pero Vaz de Caminha descreve todo o acontecimento. A data é comemorada festivamente em Portugal, sendocomo feriado.

Composição magistral no estilo Acadêmico e no gênero pintura histórica, a Primeira Missa, em sua estrutura narrativa desenvolve-se espacialmente no retângulo, a partir das diagonais que oferecem intensa movimentação figurativa, a partir de círculos invisíveis a conferirem a mensagem ao mesmo tempo extremamente simbólica e telúrica. Os elementos cênicos- figuras humanas, fauna e flora, são trabalhados dentro de um rigor de formas, cores e perspectiva, absolutamente harmonizados, Integrados em atmosfera de permanentes claros – escuros, a conferir tridimensionalismo e profundidade.

À semelhança de esplêndida carta pictórica, a narrativa pode ser “lida” – observada, a partir do canto inferior direito da tela, onde a figura de um índio em cima da árvore induz o olhar do observador na diagonal que vai ao canto superior direito, no qual estão colocados o altar, a cruz e o celebrante da Missa. Que técnica! Que domínio sobre o tema e os materiais! Tanta beleza fez com que A Primeira Missa fosse exposta em 1861, no Salon de l’ Ácademie Française, em Paris  e na Exposição Mundial de Filadélfia, nas duas mostras, como representante do Brasil.

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