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A ROSA
Por Daniel Ciarlini
É-me tão esquisita aquela rosa…
Nestes instantes, ouço-a chorar!
Beijando-lhe a face, os ventos de cá
vão roubando-lhe o aroma e ela, generosa,
deixa o agourento, tão frio, lhe levar!
Mas o que tem, o que tem esta rosa,
solitária, perdida e tão chorosa?
É o caminho do fim: desabrochar!
Quanta vontade de viver sorrindo!
Quanta beleza exala sem porvir!
- Vegetal de sangue, eu vejo-te lindo
para amanhã, murcho, eu te ver partir…
E com os ventos de outrora, em nostalgia,
Fecundar outra rosa… Sem alegria!