24 de novembro de 1861 nascia o poeta CRUZ E SOUSA (Artigos)

Postado por Rita de Cássia ligado nov 25, 2013 em Artigos / Crônicas | 0 Comentários

 

JOÃO DA CRUZ E SOUSA nasceu em Florianópolis/SC, em 24 de novembro de 1861

 

Filho dos negros alforriados Guilherme da Cruz, mestre-pedreiro, e Carolina Eva da Conceição, João da Cruz desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa – de quem adotou o nome de família, Sousa. A esposa de Guilherme Xavier de Sousa, Dona Clarinda Fagundes Xavier de Sousa, não tinha filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de João. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais.

 

Em 1881, dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o preconceito racial. Em 1883, foi recusado como promotor de Laguna por ser negro. Em 1885 lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica Missal (prosa poética baudelairiana) e em agosto, Broquéis (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Em novembro desse mesmo ano casou-se com Gavita Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos prematuramente por tuberculose, levando-a à loucura.

Faleceu a 19 de março de 1898 no município mineiro de Antônio Carlos, num povoado chamado Estação do Sítio, para onde fora transportado às pressas vencido pela tuberculose. Teve o seu corpo transportado para o Rio de Janeiro em um vagão destinado ao transporte de cavalos. Ao chegar, foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier por seus amigos, dentre eles José do Patrocínio, onde permaneceu até 2007, quando seus restos mortais foram então acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis.

 

Cruz e Sousa é um dos patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira número 15.

 

Fonte: Wikipédia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CRISTAIS

de Cruz e Sousa

 

Mais claro e fino do que as finas pratas

o som da tua voz deliciava…

Na dolência velada das sonatas

como um perfume a tudo perfumava.

 

Era um som feito luz, eram volatas

em lânguida espiral que iluminava,

brancas sonoridades de cascatas…

Tanta harmonia melancolizava.

 

Filtros sutis de melodias, de ondas

de cantos volutuosos como rondas

de silfos leves, sensuais, lascivos…

 

Como que anseios invisíveis, mudos,

da brancura das sedas e veludos,

das virgindades, dos pudores vivos.

 

 

 

 

 

 

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