Poema de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE para HILDA HILST e resposta desta (Outros Autores)

Postado por Rita de Cássia ligado out 31, 2012 em Outros Autores | 4 Comentários

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Poema de Carlos Drummond de Andrade

para Hilda Hilst

Abro a folha da manhã

Por entre espécies grã-finas

Emerge de musselinas

Hilda, estrela Aldebarã.

Tanto vestido enfeitado

Cobre e recobre de vez

Sua preclara nudez

Me sinto mui perturbado.

Hilda girando boates

Hilda fazendo chacrinha

Hilda dos outros, não minha

Coração que tanto bates.

Mas chega o Natal

e chama a ordem Hilda.

Não vez que nesses teus giroflês

Esqueces quem tanto te ama?

Então Hilda, que é sab(ilda)

Manda sua arma secreta:

um beijo em morse ao poeta.

Mas não me tapeias, Hilda.

Esclareçamos o assunto.

Nada de beijo postal

No Distrito Federal

o beijo é na boca e junto.

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De Hilda Hilst para Carlos Drummond de Andrade

Quarta-feira, Janeiro 04, 2006

Trovas de muito amor para um amado senhor

I

 

Nave

Ave

Moinho

E tudo mais serei

Para que seja leve

Meu passo

Em vosso caminho.

 

II

 

Dizeis que tenho vaidades.

E que no vosso entender

Mulheres de pouca idade

Que não se queiram perder

 

É preciso que não tenham

Tantas e tais veleidades.

 

Senhor, se a mim me acrescento

Flores e renda, cetins,

Se solto o cabelo ao vento

É bem por vós, não por mim.

 

Tenho dois olhos contentes

E a boca fresca e rosada.

E a vaidade só consente

Vaidades, se desejada.

 

E além de vós

Não desejo nada.

 

Hilda Hilst

 

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4 Comentários para “Poema de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE para HILDA HILST e resposta desta (Outros Autores)”

  1. tamara disse em:

    que lindos!
    extraordinários

  2. SoniaNogueira disse em:

    Excelente. Grande documentário da literatura brasileira.

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